CIÊNCIA CRISTÃ – LIÇÃO BÍBLICA
[Sua vida imortal está bem aqui, neste exato momento!]
“Os mortais e os imortais”
8 a 14 de maio de 2023
para o Dia das Mães,
Estudo preparado por:
Kerry Jenkins C.S. de House Springs, MO, EUA
314-406-0041
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Abreviações: Bíblia JFA Revista e Atualizada – B; Bíblia na Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH; Bíblia A Mensagem – MSG; Ciência e Saúde – CS ou C&S; Lição Bíblica – LB; Acampamento dos Cedros – CedarS
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É muito fácil cair na armadilha de viver uma vida aparentemente híbrida, onde um ponto de vista material existe lado a lado com um ponto de vista espiritual. Essas duas perspectivas não são compatíveis. Mas a atmosfera predominante do pensamento coletivo certamente tenta nos vender a visão de que existimos em um corpo material que pode ser “melhorado” ao cultivarmos uma perspectiva espiritual da existência humana. Isso não está errado, é claro. Qualquer coisa que possamos fazer para empurrar o pensamento humano para o lado espiritual é benéfico. No entanto, essa ideia, por mais inocente que pareça, também pode alimentar o falso conceito profundamente enraizado na teologia escolástica de que somos um “ser” espiritual, preso em um corpo material. O máximo dessa circunstância nesse modelo teológico é que, quando o corpo morre, este “eu” espiritual é liberado para passar para um reino mais espiritual de existência. Isso pode ser um consolo para o pensamento mortal, mas realmente não é o que a Ciência Cristã revela sobre o homem, nem se alinha com o evangelho de Jesus. Nesse modelo, devemos esperar até algum momento no futuro para vivenciar a verdadeira individualidade espiritual. De modo geral depende da morte. O modelo de Jesus depende da vida eterna, do reconhecimento da verdadeira natureza do homem e do reino dentro de cada um de nós que é nosso verdadeiro lar eterno.
No Texto Áureo em 2 Coríntios 5:4 Paulo declara: “…os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida”. Essa incrível declaração bíblica de Paulo explica vividamente o desafio mental que a humanidade enfrenta.
Como compreendemos nossa verdadeira natureza espiritual enquanto enfrentamos aquilo que parece ser um corpo humano muito real? Não tenho certeza de que fazemos essa pergunta quando acordamos todos os dias e escovamos os dentes, etc. Ocorre que essa pergunta vai ficando cada vez mais relacionada a como aquilo que para nós parece mortalidade pode ser absorvido por nossa crescente compreensão espiritual. Esse crescimento começa a afastar qualquer aparente desânimo que, de outra forma, poderíamos manter a respeito das sugestões agressivas da mortalidade para nós em relação a envelhecimento, limitação, doença ou morte. Se quisermos compreender nossa natureza verdadeira e imortal, teremos que ir além dos limites de nossos sentidos materiais.
Leitura Alternada: Paulo tem mais a dizer sobre como ir além de alcançar os limites, na Leitura Alternada desta semana em Romanos (8:16-19, 21, 24, 28, 31, 35, 37-39). É o nosso senso espiritual que “testifica” com o nosso espírito que somos filhos de Deus” e então, somos “herdeiros”! Em seguida ele declara que o senso espiritual dentro de nós, a criação espiritual ou “criatura”, “aguarda a revelação dos filhos de Deus”. Nosso senso espiritual está pronto, completo, apenas esperando que esse reconhecimento ultrapasse o senso material e limitado de quem somos.
É perfeito que esta lição segue os passos da anterior com o tema “Adão e a queda do homem”. Estamos aprendendo esta semana a “dar testemunho” do homem criado por Deus, aquele mencionado no primeiro capítulo do Gênesis. Como nossa Leitura Alternada nos assegura, independente de nossa experiência e compreensão atuais essa verdadeira criação está aqui agora, esperando para ser compreendida e revelada à nossa consciência. Não está separada de sua fonte, o Princípio divino. Isso também é afirmado nas famosas palavras de Paulo “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8: 38,39). Se não há separação, então só pode haver imortalidade, pois a morte de qualquer tipo indicaria pelo menos um momento em que estaríamos separados da Vida divina, infinita e eterna.
Seção 1. Como aprofundar nosso conhecimento do homem mortal pode nos familiarizar com nossa verdadeira identidade?
A resposta é: não pode. A Bíblia deixa isso claro: “Toda a carne é erva … seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (B2, Isaías 40:6, 8) Não há pesquisas suficientes na Internet a respeito da mais doença – a respeito do “O nascimento, o crescimento, a maturidade e a deterioração humana…” (CS2, p.190), que nos ajudará a perdermos o medo do que o corpo poderia nos fazer. O único caminho a seguir é nos familiarizarmos mais profundamente com as leis da Vida.
Jesus nos diz para adorarmos a Deus em Espírito (B5, João 4:23, 24). Isso implica uma adoração espiritual inteligente do Deus que Jesus revelou, que não era nem um “ser” crítico nem benevolente, mas a própria lei do Amor que alinha nossa consciência com o reino dos céus, onde a harmonia é a regra. Isso é algo em que devemos “aprofundar nosso conhecimento”!
Essa consciência espiritual é onde constatamos que somos filhos de Deus, como também diz Paulo “pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (B7, Gálatas 3:26). A descoberta dessa herança, dessa origem espiritual, faz com que o aparente modelo material desapareça a cada passo que damos em direção ao espiritual.
Seção 2. O “novo homem” é o homem Cristo e o homem original.
Aprendemos um pouco a respeito do modelo material do homem na lição da semana passada com o tema “Adão e a queda do homem”. No entanto, Jesus foi para nós o ideal do Cristo-homem imortal. Ele não apenas foi um exemplo para nós, mas também nos enviou para continuar esse trabalho. Embora não sejamos literalmente um de seus doze discípulos, Jesus certamente não limitou seu ensino aos doze apenas. Tampouco estava o “novo” homem imortal que Jesus revelou limitado à sua própria grande demonstração de vida imortal. Ele convocou a todos nós para dar continuidade ao seu trabalho.
Mary Baker Eddy descobriu que as regras que Jesus demonstrou ainda reverberavam na era moderna. Neste exato momento somos capazes de participar da demonstração da imortalidade de nossa verdadeira natureza espiritual. Jesus deixou claro que nossa vivência no reino dos céus não significa uma vivência em outro lugar ou em outro momento.
Quando Jesus foi questionado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, ele lhes respondeu: “Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (B11, Lucas 17:20,21). Certamente não há limitação temporal para a descoberta de nosso reino interior e nossa verdadeira individualidade do Cristo. Sabe, às vezes parece que esse conceito de sermos imortais ou espirituais é rapidamente adotado pela mente das crianças. Depois, parece que passamos por um longo período de dúvida e análise do que aos nossos sentidos parece ser o “homem mortal”. Afinal, esse homem mortal é muito evidente e tangível ao sentido material e até mesmo é às vezes muito agradável. Mas então, quando vivenciamos as sugestões do envelhecimento, ou de alguma infelicidade profunda, descobrimos que não estamos tão felizes com o modelo material do homem, e voltamos às nossas raízes. Esse fluxo de descoberta ilustra como o Espírito é nossa fonte verdadeira e natural. É aquela “testemunha” interior que é mencionada em nossa Leitura Alternada – a testemunha que está lá naquele reino interior, sempre pronta e “esperando” por uma nova descoberta. Podemos adotar esse modelo agora.
Seção 3. Estamos esperando pelo discernimento de nossa verdadeira natureza? Ou estamos amadurecendo espiritualmente?
Gosto da parábola de Jesus sobre o joio e o trigo porque ela tem uma inspiração infinita para se revelar a nós (B12, Mateus 13:24-30). No contexto do tema desta semana, percebo o chamado para amadurecer espiritualmente. É assim que encontramos nossa aparente mortalidade “engolida” pela imortalidade, a consciência de nossa natureza imortal. Na parábola de Jesus, o fazendeiro diz a seus homens que eles precisam esperar que a colheita amadureça antes de separar o joio do trigo. Isso tem um propósito duplo. O primeiro é para que o processo de amadurecimento revele o que é trigo e o que é joio, visto que essas ervas daninhas se parecem muito com o trigo em seus estágios iniciais. O segundo é permitir que o trigo amadureça o suficiente para ter raízes mais profundas. Esses símbolos do pensamento em amadurecimento são profundos até hoje, mais de dois mil anos depois.
Não podemos apressar nosso crescimento espiritual. É algo que amadurece à medida que diariamente alimentamos intencionalmente esse crescimento. Devemos vigiar, “cultivar””, “regar”, “remover as ervas daninhas” e fertilizar com nova inspiração e demonstração a cada dia, até que o trigo se destaque tão claramente em sua maturidade a ponto de nenhuma alegação errônea de uma falsificação “parecida” ter o poder de nos enganar. Esse processo nunca é alcançado através da “espera”, mas por meio do crescimento espiritual para a maturidade.
Seção 4. Afaste o pensamento dos “escombros temporais” do modelo mortal. (CS22, p.289)
Muitos de nós concordaríamos que nosso objetivo não é viver para sempre em um corpo material. O que queremos é sentir que deixamos algo duradouro – um dom do Espírito que deixará uma bênção para sempre sobre a humanidade. Mais uma vez, Paulo vem em nosso auxílio e declara: “… sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (B16,1 Coríntios15:53, 54, 57, 58).
Hoje, ao ler essa passagem, vejo embutida nela a afirmação de que nosso trabalho “na matéria” é em vão. Todos os nossos esforços para encontrar satisfação, alegria, inteligência, razão, compreensão, liberdade, na matéria — todos eles — são em vão. Mas, à medida que “abundamos” nas obras da imortalidade, do Cristo, descobrimos que abandonamos as limitações das quais tanto desejamos nos livrar. Elas desaparecem quando nossa consciência é “engolida” pelo Cristo presente, a Verdade. Se nosso objetivo é trabalhar em harmonia com os outros, conviver com mais paz e alegria com aqueles com quem trabalhamos ou estudamos, então devemos nos afastar dos “escombros” mortais da pessoalidade, da mágoa, da teimosia e vestir-nos com as vestes cristãs de profundidade espiritual, da maturidade, da compreensão, da paciência, da compaixão e de uma confiança mais profunda na Vontade divina.
Se desejamos vivenciar maior harmonia do corpo, devemos nos afastar da ladainha dos sintomas, das crenças da consciência coletiva e, prontamente, diariamente, extirpar o sonho da vida na matéria e passar a nutrir uma perspectiva espiritual de esperança, certeza, reconhecimento consciente da presença e do poder do Amor e da Verdade diante de nós. Mary Baker Eddy nos diz: “Não olhes para o corpo, olha para a Verdade e o Amor, o Princípio de toda a felicidade, a harmonia e a imortalidade. Mantém o pensamento firme no que é duradouro, no que é bom e no que é verdadeiro e os terás na tua experiência, na proporção em que ocuparem teus pensamentos” (CS23, p.261). Essa é a receita para abandonar os “escombros temporais do erro” de que ela fala (CS22, p.289).
Seção 5. A evidência da imortalidade se torna mais real para nós…
Mary Baker Eddy nos diz que a evidência de nossa imortalidade “… se tornará mais perceptível à medida que as crenças materiais forem abandonadas e os fatos imortais quanto ao existir forem admitidos” (CS29, p.428). Ela também nos diz que é “A morte do senso material errôneo e do pecado, não a morte da matéria orgânica…” “… que revela o homem e a Vida, harmoniosos, reais e eternos” (CS28, p.28). Não é a morte de nosso corpo, mas a decadência do senso material da vida na matéria, aquele sonho que chamamos de existência humana, que nos revela nossa natureza imortal. Temos que cultivar as qualidades do Amor e da Vida imortais, demonstrá-las a cada dia. Ao fazer isso, a evidência da verdade de nossa natureza torna-se cada vez mais clara para nós.
Nesta seção Jesus ressuscita o jovem em Naim. Esse ato brota de sua compaixão pela mãe do jovem que fica sem marido ou filho para impedi-la de uma vida de mendicância ou coisa pior. Ao ressuscitar, o filho ele também a faz erguer-se de um senso de vida limitado, dependente estritamente das “regras” da mortalidade. Ao ressuscitar os mortos, Jesus nos mostrou que a Vida, o Espírito, tem regras que trazem a liberdade, a harmonia, o bem, e essas regras substituem quaisquer chamadas leis da matéria. Nós também podemos vislumbrar a evidência da superioridade das leis da Vida sobre as chamadas leis da matéria. Talvez não seja de forma tão espetacular, mas nem por isso deixa de ser inspirador. Somos simplesmente chamados a desistir da visão material que é tão proeminente, pela visão espiritual que é dada por Deus. É uma caminhada diária e firme que revela essas evidências ao nosso redor a cada momento.
Pode haver um presente de “Dia das Mães” mais valioso do que o retorno à vida de um filho (ou filha) amado para uma mãe enlutada? Talvez possamos ampliar um pouco esse “presente” para incluir aqueles momentos de reaproximação entre filhos e mães que surgem com mais sutileza. Uma oração que faço diariamente é dar a cada filho total atenção – reconhecer conscientemente sua verdadeira identidade, independentemente da personalidade. A personalidade pode ser chata, intrusiva, imprudente ou irritante. Mas nossa verdadeira individualidade espiritual pode ser reconhecida ou vista se nós mesmos estivermos olhando conscientemente. Esse processo nunca deixou de renovar meu profundo amor por meus filhos diariamente e de me abençoar também com uma alegria renovada na maternidade que reflete com mais precisão e plenitude nossa divina Mãe-Deus. Essa bênção certamente não se limita às mães, mas abrange toda a humanidade.
Seção 6. “A vida eterna é esta” (CS30, p.410).
O Revelador nos diz: “Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai.
E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna” (B21, 1 João 2:24, 25). Isso é muito encorajador sob alguns pontos de vista. Um dele é que há uma promessa de que, ao permanecermos ou vivermos no Cristo – persistirmos em crescer em nossa compreensão da Verdade que encontramos em nosso estudo da Ciência Cristã, inevitavelmente descobriremos nossa natureza imortal. A outra é o uso da palavra “princípio” nessa passagem. Pode ser pensado como referindo-se ao “início”, ou Gênesis 1 história da criação que é espiritual, verdadeira, completa e harmoniosa. Que esse modelo de criação e individualidade seja dominante ao longo de nossos dias. Permitamos que essa declaração do “início” da criação divina “engula” toda a matéria apresentada aos nossos sentidos. Reconheçamos que essa é uma visão que está disponível para nós agora.
Mary Baker Eddy adota o “agora” sempre disponível quando diz: “Sintamos a energia divina do Espírito, que nos traz a uma vida nova e que não reconhece nenhum poder, mortal ou material, capaz de praticar destruição. Regozijemo-nos por estarmos sujeitos às divinas ‘autoridades que existem’. Essa é a verdadeira Ciência do existir” (CS32, p.249). É esse regozijo e sentimento presente que nos encoraja a demonstrar nossa imortalidade hoje, em vez de em algum momento no futuro. Podemos encontrar essa imortalidade ao reconhecermos e alegrarmo-nos na presença do Amor, na beleza da Alma, na liberdade da Vida. Essa é a nossa verdadeira identidade, neste exato momento.
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A equipe de tradução para o português é composta por Ana Paula Steffler, Elisabeth Zir Friedrichs, Laura Soriano Yawanawa, Leila Kommers, Martha Henriques, Miguel De Castro e Ovídio Trentini.
Os estudos metafísicos dos Cedros sobre o estudo diário da Lição Bíblica da Ciência Cristã, contendo ideias de aplicação metafísica, são oferecidos, durante todo o ano, para que os amigos da Ciência Cristã vejam e demonstrem o grande valor do estudo diário da LB.
Os Cedros são um suplemento para a LB. O estudo em inglês será publicado na 2a. feira no link https://cedarscamps.org/inspiration/