Dê atenção àquilo que importa
Ideias de aplicação metafísica a Lição Bíblica da Ciência Cristã sobre o tema
“A matéria”
11 a 17 de setembro de 2023
preparado por Craig L. Ghislin, CS, de Godfrey, Illinois, EUA
craig.ghislincs@icloud.com, escritório +1(630) 830-8683, celular +1(630) 234-3987
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Abreviações: Bíblia JFA Revista e Atualizada – B; Bíblia na Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH; Nova Versão Internacional – NVI; Bíblia A Mensagem – MSG; Ciência e Saúde – CS ou C&S; Lição Bíblica – LB; Acampamento dos Cedros – CedarS
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Introdução
O que está recebendo sua atenção neste exato momento? Você está totalmente focado no agora? Ou sua atenção está dividida entre o que você está fazendo agora e as atividades de amanhã ou as de ontem?
Agora sejamos mais abrangentes. Onde sua atenção geralmente está focada? Sua vida está focada nas suas posses? Nos problemas? Nas finanças? No clima? Na política? Nos conflitos mundiais? Nas taxas de criminalidade? No peso? Na saúde? O Texto Áureo nos convida a pensarmos sobre nosso foco. Embora várias traduções da Bíblia coloquem esse versículo dentro do contexto restrito das riquezas materiais, a tradução Almeida Revista e Atualizada o coloca de maneira mais ampla: “Porás os teus olhos naquilo que não existe?” (Provérbios 23:5).
A “Palavra do Pregador” na Leitura Alternada desta semana expande a natureza efêmera das atividades baseadas na matéria. Salomão passou a vida focado em acumular bens materiais e experiências. Por fim, ele percebeu que nada disso o satisfazia (ver Ecl. 1:1,2;2:2-4,8, 10, 11…).
O Complete Commentary on the Bible [Comentário Completo sobre a Bíblia] de Henry Matthew explica desta forma:
“Salomão aqui, buscando o summum bonum – a felicidade do homem, sai de seu quarto, de sua biblioteca, de seu laboratório, da câmara do conselho, onde a havia procurado em vão, para o parque e o teatro, seu jardim e sua casa de verão; ele troca a companhia dos filósofos e senadores sérios pela dos sagazes e galantes, e dos belos-espíritos (traduzido do francês), de sua corte, para tentar encontrar a verdadeira satisfação e felicidade entre eles. Aqui ele dá um grande passo para baixo, dos nobres prazeres do intelecto aos brutais dos sentidos, se ele resolver fazer um teste completo, ele deverá bater nesta porta, porque aqui uma grande parte da humanidade imagina ter encontrado aquilo que ele procurava”.
O Comentário Bíblico de Smith parafraseia a decepcionante conclusão de Salomão:
“Não havia nenhum proveito nisso. Era algo vazio. Eu ainda me sentia vazio. Eu ainda me sentia frustrado. Veja, essa é a vida no nível humano. Essa é a negação da natureza espiritual. É tentar viver sua vida separado de Deus. Tentar encontrar satisfação e significado separado de Deus. Você nunca fará isso”.
Salomão percebe que aquilo que realmente tem valor são os dons que Deus dá àqueles que lhe agradam – “sabedoria, conhecimento e prazer” (Ecl. 3:26). Como que para encerrar com uma visão editorial, as palavras de Jesus registradas por João falam com surpreendente brevidade: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita;…” (João 6:63).
Seção 1. Em sintonia com o Espírito
É evidente que a busca da felicidade por parte de Salomão falhou porque ele a buscou nos lugares errados. Então, onde está sua atenção? A sabedoria mundana inunda-nos com falsas promessas de que a nossa satisfação, felicidade, saúde, segurança e conforto podem ser encontradas através de métodos materiais e em coisas materiais. O salmista sabe para onde olhar, esperando em Deus “todo o dia” (B1, Salmos 25:5,12-14).
Apesar da “psicologia moderna” do “pensamento positivo”, o verdadeiro segredo da vida está em nossa compreensão de Deus e em
nosso relacionamento com Ele, ou com Ela, se preferir. Habitar na realidade do Espírito nos traz uma tranquilidade que não pode ser perturbada. Todas as doutrinas, teorias, estratégias e previsões humanas são fracas, mutáveis e, em última análise, não confiáveis. Por mais que as ciências materiais pretendam falar com a autoridade da lei permanente, há quem comece a admitir o contrário. Um texto recente, publicado no New York Times afirma:
“Físicos e astrônomos estão começando a achar que algo realmente pode estar errado. Não é uma questão que alguns de nós acreditam que talvez tenhamos de repensar o modelo padrão da cosmologia; talvez também tenhamos de mudar a forma como pensamos sobre algumas das características mais básicas do nosso universo – uma revolução conceitual que teria implicações muito além do mundo da ciência” (tradução livre).
Por outro lado, as verdades espirituais nunca mudam (B2, Deuteronômio 29:29). Não esqueçamos que esses conceitos espirituais são sabedoria antiga que sobreviveu durante séculos. Mesmo no primeiro século da era comum, Paulo questionou o hábito de procurar respostas na matéria: “Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (B3, Gálatas 3:3).
A Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, não começa apenas com o Espírito, mas também continua com ele e termina com ele! A primeira citação de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras na Lição desta semana é o que a autora chama: “a declaração científica sobre o existir” (CS1, p. 468). Pense bem devagar. “Existir” é onde você está. Qual é o estado do existir? Onde reside seu existir? Acreditar que nosso existir está na matéria é infrutífero. Nosso objetivo deve ser “existir” no Espírito porque é onde está todo o existir real.
A descoberta da Ciência Cristã por Mary Baker Eddy transforma nossa maneira de pensar a respeito da matéria, afetando tanto a teologia quanto a medicina, pois faz com que o pensamento foque somente em Deus (CS2, p. 107). Em seu livro-texto, a autora descreve brevemente como descobriu essas leis espirituais a que chamou de Ciência Cristã.
Na Ciência Cristã, não trabalhamos para transformar matéria doente ou fraturada em matéria saudável. Na verdade, não estamos lidando com a matéria. Lembre-se também de que nunca poderemos realmente “estar” na matéria porque a matéria não é um estado ou condição. Em vez disso, estamos trabalhando na perspectiva de que o Espírito é a única realidade e que a matéria nada mais é do que uma percepção equivocada da realidade. Essa descoberta ensinou à autora que o que parece ser doenças ou males materiais “…é o testemunho errôneo do errôneo senso material”; [e] “…que esse senso errôneo gera, como crença, um estado subjetivo da mente mortal, o qual essa mesma mente, assim chamada, denomina matéria, excluindo assim o verdadeiro senso do Espírito” (CS3, p. 108).
Descrever a matéria como um estado subjetivo de crença significa que ela não está fora de nós, mas dentro do pensamento. Com sua cura inicial alcançada apenas pela oração, e inúmeras outras, ela chegou a esta afirmação: “que a Mente é Tudo e a matéria nada é”. Mesmo no nosso mundo moderno de física quântica, teorias de múltiplas realidades, recentes descobertas cosmológicas, a Ciência Cristã é verdadeiramente uma “revolução conceitual” com “implicações muito além do mundo da ciência”.
Seção 2. Um esforço condenado desde o início
O cerne do problema, segundo Mary Baker Eddy, é encontrado em declarações bíblicas como esta de Eclesiastes: “Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (B4, Eclesiastes 7:29).
O caso aqui é a Torre de Babel (B5, Gênesis 11:1,4-9). Existem várias teorias sobre quem foram os construtores. Uma fonte diz que se acreditava serem eles gigantes. Quem quer que fossem, o Bridgeway Bible Commentary explica a mentalidade suspeita dos construtores:
O povo desta região, orgulhoso da sociedade que havia estabelecido, exibiu o mesmo espírito anti-Deus que provocou o julgamento de Deus que resultou no dilúvio. Eles se uniram para construir para si uma nova cidade que os tornaria famosos e lhes daria total segurança. Decidiram coroar sua cidade com o que consideravam um Arranha-céu, como símbolo de sua civilização avançada e de completa autossuficiência.
Parece uma forma contemporânea de pensar, não é? Coffman”s Commentaries on the Bible contextualiza historicamente a situação: A construção da torre de Babel foi na verdade o destronamento de Deus e o estabelecimento do paganismo como sistema de adoração. … Houve a mudança de governo para uma ditadura militar com poder cruel e opressivo e também a criação e promulgação de um sacerdócio que construiu ali mesmo na Babilônia um panteão de deuses pagãos e transformou o paganismo em um sistema religioso que prevaleceu em todo o mundo até… 389 d.C.
Apesar das particularidades de cada um, de modo geral, os comentaristas concordam que a construção da torre representa uma tentativa ambiciosa de ser independente do poder de Deus.
A reação exagerada e a recusa da humanidade em aceitar limites muitas vezes leva à autodestruição. Muitas histórias do Antigo Testamento retratam Deus com ciúmes de que a humanidade descubra o que Ele sabe como se fosse um segredo. Isso faz sentido? Em primeiro lugar, Deus nunca colocou o homem na matéria. A história de Babel refere-se a um Deus ciumento? Como poderia o Todo-Poderoso Criador do Universo sentir-se ameaçado? Ou essa é uma história da arrogância da humanidade e da incapacidade de aceitar limites?
Podemos nos comparar a Deus? Embora grande parte das pesquisas científicas ao longo dos anos tenham sido motivadas pelo desejo de descobrir como e por que as coisas funcionam, a ênfase tem sido lentamente transferida para a utilização de descobertas científicas para encontrar maneiras de a humanidade exercer o controle sobre os processos naturais. Os estudos na engenharia genética e a inteligência artificial causam preocupação em alguns setores de que a comunidade científica esteja “brincando de Deus”. Os físicos até usam expressões como: “encontrar a partícula de Deus”. Como reconhece o artigo do New York Times, os físicos teóricos estão bem conscientes de como a ciência está cada vez mais próxima da esfera da filosofia e da teologia. Quando os astrônomos descobriram o que se acredita ser “o limite do universo” no final da década de 1970, lembro-me de ter perguntado ao meu professor de astronomia o que havia além dele. Ele respondeu sem hesitação: “Essa é uma questão teológica”.
As citações de Ciência e Saúde focam na ideia de que construir sobre a base da evidência material é um caminho inerentemente perigoso rumo ao “…desabamento de sua estrutura” (CS4, p. 581). Lembre-se, ao contrário das leis da física, as leis espirituais são imutáveis e aplicáveis em todos os lugares e todos os tempos.
É extremamente interessante investigar as origens e as leis materiais e muitas descobertas têm sido benéficas para a humanidade, mas na medida em que inclinamos a nossa atenção para a matéria, sem considerar o Espírito, nos afastamos da Mente (CS5, p. 168). O pensamento mundial está sempre se contradizendo. A crença de que haja correspondência entre o mal e o bem cria uma estrutura impossível que “cambaleia até cair” (CS6, p. 389).
Ao invés de Deus tomar medidas para perturbar as invenções da humanidade, o que acontece é exatamente o contrário. A crença mortal está sempre procurando razões para limitar e obstruir as leis do Espírito. Como escreve a Descobridora da Ciência Cristã: “A determinação de manter o Espírito nas garras da matéria é o que persegue a Verdade e o Amor” (CS7, p. 28).
Na história de Babel, Deus intervém para impedir o esforço da humanidade para romper limites e chegar ao céu. Não é Deus, mas a mente mortal, que fará tudo o que puder para atrapalhar nossa jornada rumo ao céu. Deus quer que estejamos o mais perto d’Ele possível. Como poderia a Mente onipotente se preocupar com o fato de o homem saber a verdade? A mensagem da torre de Babel é esta: não podemos chegar a Deus construindo sobre um alicerce material.
Precisamos reiterar que não fazemos nenhum julgamento em relação às ciências físicas e às suas descobertas. Muitas das últimas descobertas provam que a matéria não é o que pensávamos ser. A dificuldade está em deixarmos Deus fora da equação. Não importa nossa visão, se dotarmos ou admitirmos que a matéria tem o mesmo poder que o Espírito, teremos problemas. Nosso livro-texto nos diz que fazer isso nos leva a um dilema de desgoverno (CS8, p. 119). Sem Deus, acreditamos que a matéria age por conta própria e Deus fica indefeso ou inexistente. Se pensarmos que Deus cirou a matéria, estamos dizendo que Deus é responsável por todos os males. Nenhuma dessas conclusões é verdadeira.
As pessoas gostam de cobrir suas apostas querendo as duas coisas, mas na metafísica espiritual não se pode ficar em cima do muro (CS9, p. 167). Devemos raciocinar a partir de uma fonte e não de duas. Nossa atenção está no Espírito, em Deus e no homem como a ideia espiritual de Deus.
Seção 3. Quando surgem tempestades
Quem nunca se sentiu oprimido ou sobrecarregado por alguma situação? Isso provavelmente ocorre quando nossa atenção está focada no problema e não em Deus. A oração do salmista para que Deus o conduza a um lugar mais elevado é algo em que muitos de nós já dirigimos nossa oração (B6, Salmos 61:2). Cristo Jesus nos ensinou a sempre olhar para Deus e não para o problema. Ele ensinou que qualquer que seja o desafio, para Deus todas as coisas são possíveis (B7, Mateus 19:26).
Mateus registra que depois de alimentar os cinco mil, Jesus “compeliu” seus discípulos a embarcar em um navio rumo ao próximo destino, enquanto ele ficou para trás para orar (B8, Mateus 14:22-32). Os comentaristas explicam que a palavra “compelir” significa mais do que uma simples solicitação; é uma demanda urgente. No contexto, Jesus acabara de alimentar os cinco mil homens, além de mulheres e crianças. Segundo o Evangelho de João, as multidões ficaram tão comovidas pelo milagre que quiseram tomar Jesus à força e coroá-lo rei. Portanto, Jesus teve que retirar-se imediatamente despedindo a multidão, mandando os discípulos embora para que pudesse encontrar um lugar tranquilo para orar.
Enquanto Jesus estava sozinho orando em particular sobre suas próprias “tempestades” e tentações os discípulos enfrentavam literalmente uma tempestade, a qual ameaçava suas vidas. Depois que o Mestre superou a própria tempestade, ele caminhou sobre as ondas até os discípulos e os resgatou daquela que eles enfrentavam. Jesus estava caminhando sobre o mar quando falou com os discípulos e Pedro aceitou seu convite para fazer o mesmo. Tudo estava bem até que a atenção de Pedro desviou de Jesus e se voltou para o vento e as ondas. É claro que Jesus estendeu a mão para salvá-lo. Jesus perguntou a Pedro: “Por que duvidaste?” Isso pode ser parafraseado: “Por que sua atenção se voltou para o problema, enquanto eu estava com você o tempo todo?” Essa é uma pergunta que podemos nos fazer quando estamos afundando em ondas.
A Ciência Cristã certamente aceita que, quer as tempestades que enfrentamos sejam figurativas ou literais, “todas as coisas são possíveis para Deus” porque a matéria não é real. Independentemente do tipo de tempestade que enfrentamos, Deus está sempre presente para nos salvar. Jesus provou isso agindo em “oposição direta às leis materiais” (CS10, p. 273). Independentemente do desafio, a lei divina prevalece sobre qualquer tipo de discórdia (CS11, p. 182).
As notícias atuais nos trazem relatos de todos os tipos de tempestades ameaçadoras. Invasões constantes, injustiças, conflitos políticos, incêndios, furacões e inundações são exemplos do que Mary Baker Eddy chama de “ferocidade bestial”. Ela também usa uma frase que pode ser intrigante – “fúria vã” (CS12, p. 293). Insípido significa “ter perdido a vida e o espírito; morto, inanimado e monótono”. “Fúria” é definida como “corrida violenta; raiva; uma tempestade de raiva; turbulência; calor da mente”. Na minha opinião, “insípido” e “fúria” parecem se contradizer.
O título marginal: “Forças falsas” oferece alguma resposta. Sendo falsas, essas forças “bestiais” são males irracionais, sem inteligência ou direção. Na página 124 (CS13), a autora nos diz que embora a mente humana acredite que somos governados pelas forças da matéria, “a Ciência divina declara que elas pertencem por inteiro à Mente divina” por isso, podemos concluir: “males involuntários e estúpidos, não têm controle sobre a criação de Deus”.
Como mencionado na citação 14 (p. 495), também podemos aplicar essas leis da proteção de Deus das tempestades às doenças e ao pecado que nos tentam. As instruções contidas no livro-texto são diretas. “..agarra-te firmemente a Deus e Sua ideia. Não permitas que coisa alguma, a não ser Sua semelhança, permaneça no teu pensamento. Não deixes que o medo ou a dúvida obscureçam tua clara compreensão.” Mantém “tua calma confiança de que o reconhecer a vida harmoniosa — como a Vida é, eternamente — pode destruir toda sensação dolorosa daquilo que a Vida não é ou toda crença naquilo que ela não é” (CS14). Isso é manter nossa atenção onde ela pertence – no Espírito.
Seção 4. Mantenha o foco correto
Apegar-se firmemente a Deus quando, segundo o senso humano, as evidências são gritantes, requer fé verdadeira. Não se engane – apegar-se a Deus diante dos desafios pode parecer uma tarefa difícil. O salmista manteve sua ousada confiança em Deus, provando que quando sua atenção está em Deus, não há nada a temer. Ele escreve: “Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?” (B9, Salmos 56:4).
Há momentos, porém, em que a situação parece desesperadora e orar parece ridículo. A cura da filha de Jairo é um exemplo disso. As multidões eram tão prementes quanto as ondas. As exigências eram grandes. Mesmo assim, Jesus se concentrou no que era mais importante, tendo tempo, até mesmo, para curar alguém ao longo do caminho. Quando pareceu que era tarde demais para curar a criança porque ela havia morrido, Jesus não se abalou. Ele lembrou com confiança ao pai insistente: “Não temas, crê somente”. Em outras palavras: “Não dê atenção às evidências materiais. Mantenha sua atenção no Cristo.”. Como nos sentiríamos nessa situação? Assim que chegou em casa, a angústia mental e o barulho dos enlutados criaram outra atmosfera tempestuosa. Havia forte evidência de que Jesus chegou tarde demais e os presentes “riam-se dele”. Mas Jesus praticou o que ensinou aos outros. Ele eliminou todas as distrações para poder manter o foco em Deus, e a criança foi curada (B10, Marcos 5:21-24,35-42).
Para o senso humano, muitas vezes parece que não há nada a ser feito; que é tarde demais – impossível para Deus superar as evidências materiais. Mas a Descobridora da Ciência do Cristo teve plena fé em todas as declarações de Jesus, inclusive quando ele disse: “Se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte”. Ela escreveu que a chave para alcançar essa compreensão é “romper com o erro” – manter nossa atenção totalmente focada em nossa confiança unicamente em Deus (CS15, p. 429).
Em última análise, a matéria não tem nada a dizer sobre nada (CS16, p. 210). É um “simulacro” – um termo cunhado pelo filósofo Jean Baudrillard que significa “a geração de modelos de um real sem origem ou realidade”. Ou, em termos leigos, “uma cópia de uma cópia sem original”. É uma mentira falando consigo mesma e acreditando no que diz – a mente mortal hipnotizada por sua própria mentira. Nosso objetivo é abandonar essa imagem falsa e trazer nossa atenção para Deus, nos tornando plenamente conscientes da verdade. Ciência e Saúde o descreve assim: “Toma consciência, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são constituídas de matéria — e o corpo já não se queixará de coisa alguma” (CS17, p. 14). A chave aqui é saber que a Vida é puramente espiritual, afastando-se completamente da matéria e focando cem por cento no Espírito. Esse é o “momento áureo” que todos almejamos. Embora pareça o contrário, alcançar isso é possível. Quando fazemos o, aparentemente, impossível torna-se não apenas possível, mas garantido.
Seção 5. Dê sua atenção para a verdadeira fonte
As citações bíblicas nesta seção concentram-se na missão que Jesus deu aos seus discípulos para partir e anunciar a sua mensagem a um público mais amplo. A maioria dos comentários enfatiza a praticidade das instruções de Jesus, significando simplesmente que eles deveriam viajar com pouca bagagem para uma viagem curta (B13, Lucas 9:1-4, 6). Os comentários também tendem a minimizar a parte curativa da comissão. Quando consideramos a passagem de João que diz: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (B12, João 6:35 ) fica claro que Jesus está exortando os discípulos a firmarem sua atenção para o Cristo e seus ensinamentos, e eles terão tudo o que precisam.
Jesus está nos lembrando que em nossas jornadas espirituais a matéria não tem nada a oferecer que possa nos ajudar, alimentar, suprir, proteger ou curar. Devemos permanecer nele e deixar a matéria para trás. Independentemente da nossa circunstância, as nossas necessidades são atendidas e temos a missão e a autoridade divina para provar o domínio sobre a carne.
Ciência e Saúde considera cada relato bíblico de necessidades satisfeitas como prova do poder do Espírito, a Mente divina, sobre a matéria (CS18, p. 139). Jesus instruiu seus discípulos a manter o poder do Espírito na vanguarda do pensamento (CS19, p. 271), mas também a buscar em Deus o que muitos chamam de “necessidades práticas”, como comida e roupas. Mary Baker Eddy estava totalmente de acordo com tudo isso e encorajou-nos, como discípulos modernos, a recorrer a Deus também para todas as nossas necessidades (CS20, p. 530; CS21, p. 442).
Acho interessante que, embora a maioria considere as necessidades diárias como “necessidades práticas”, Mary Baker Eddy considera a cura espiritual como sendo de “importância mais prática” (CS22, p. 37). Em suma, ela esperava que seguíssemos Jesus em todos os sentidos, não apenas em alguns deles. Se mantivermos nossa atenção no Espírito, estaremos em conformidade com o seu exemplo.
Seção 6. Um fato, uma fé, um objetivo
A seção final da lição resume o que é exigido de nós. “De tudo o que se tem ouvido a suma é: teme a Deus e guarde os seus andamentos…” (B14, Eclesiastes 12:13). A The Amplified Bible faz um trabalho maravilhoso expandindo este versículo:
“Tudo foi ouvido; o fim de toda a questão é este: Teme a Deus [reverencia-O e adora-O, sabendo que Ele existe] e guarda os seus mandamentos, pois isso é o todo do homem [o propósito completo e original da sua criação, o objeto da providência de Deus, a raiz do caráter, o fundamento de toda a felicidade, o ajuste a todas as circunstâncias e condições desarmônicas sob o sol] e todo o [dever] de cada homem” (tradução livre).
O objetivo principal é manter nossa atenção em Deus. Como, você pergunta? As citações finais (B15, 1Tessalonicenses 5:16,17,19,21) nos dão outra lista de melhores práticas espirituais. Novamente, a The Amplified Bible coloca isso bem:
“Seja feliz [em sua fé] e regozije-se e tenha o coração alegre continuamente (sempre);
Seja incessante em oração [orando com perseverança]:
Não apague (suprima ou subjugue) o Espírito [Santo];
Mas teste e prove todas as coisas [até que você possa reconhecer] o que é bom; [para isso] segure firme” (tradução livre).
É tudo uma questão de manter nossa atenção no devido lugar. Quando enfrentamos desafios – especialmente aqueles que parecem gigantescos ou contínuos – ocasionalmente desanimamos. Faremos bem em manter uma perspectiva alegre e expectante e manter a nossa atenção na realidade espiritual das coisas. Cada momento oferece uma nova oportunidade para uma nova inspiração. Não desista – persevere não com vontade humana, mas com domínio e autoridade. Mantenha a chama acesa – cuide dela e resista à tentação de permitir que noções encharcadas de medo e dúvida apaguem a centelha espiritual. Embora “testar” algo geralmente implique apenas 50% de chance de sucesso, observe que na Bíblia Amplificada não aceitamos aparente fracasso. Trabalhamos “até que possamos reconhecer” a realidade e então nos apegamos a ela.
Todas estas práticas constituem o que Ciência e Saúde chama de “raciocínio correto”, mantendo “…um só fato, a saber, a existência espiritual” (CS23, p. 492). Existimos onde estão nossos pensamentos – onde está nossa atenção. Ciência e Saúde define “existir” como “santidade, harmonia, imortalidade”. É aqui que está nossa consciência? Temos mais fé em Deus ou no homem? Quando estamos na Verdade e nossa atenção está totalmente focada em Deus, nada pode nos impedir de curar (CS24, p. 368).
Para ecoar a “Palavra do Pregador” em Eclesiastes, esse é o homem completo – é disso que estamos falando (CS25, p. 340). Então, pergunte-se regularmente, seja em meio a uma crise ou em paz: “Onde está minha atenção?”. Se a concentração está na matéria, a concentração não estará no Espírito. Sigamos a sabedoria do Mestre e mantenhamos nossa atenção naquilo que importa.
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A equipe de tradução para o português é composta por Ana Paula Steffler, Daniela Volker, Elisabeth Zir Friedrichs, Laura Soriano Yawanawa, Leila Kommers e Miguel De Castro.
Os estudos metafísicos dos Cedros sobre o estudo diário da Lição Bíblica da Ciência Cristã, contendo ideias de aplicação metafísica, são oferecidos, durante todo o ano, para que os amigos da Ciência Cristã vejam e demonstrem o grande valor do estudo diário da LB.
Os Cedros são um suplemento para a LB. O estudo em inglês será publicado na 2a. feira no link https://cedarscamps.org/inspiration/