CIÊNCIA CRISTÃ – LIÇÃO BÍBLICA
[A mensagem de Páscoa do Amor responde ao tema da lição desta semana com um corajoso “não”!]
“São reais o pecado, a doença e a morte?”
3 a 9 de abril de 2023
Estudo preparado por:
Kerry Jenkins, CS, de House Springs, MO, EUA
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Abreviações: Bíblia JFA Revista e Atualizada – B; Bíblia na Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH; Bíblia A Mensagem – MSG; Ciência e Saúde – CS ou C&S; Lição Bíblica – LB; Acampamento dos Cedros – CedarS
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Introdução
Uma coisa que notei este ano enquanto estudava esta lição sobre a pergunta surpreendente, “São reais o pecado, a doença e a morte?”, é como ela se alinha perfeitamente com a história da Páscoa. Embora eu saiba que a Páscoa nem sempre coincide com essa lição, é realmente uma combinação perfeita. O que mais pode se comparar a essa pergunta do que uma história sobre a crucificação, ressurreição e ascensão de Jesus fora da matéria? Acaso não estão todos os aspectos da carreira de Jesus, apontando para um sonoro não em resposta a essa grande questão colocada em nossa lição bíblica desta semana?
Certamente o relato da cura de Jesus, sua própria ressurreição e ascensão, e o relato de cura daqueles que seguem seus passos apontam para uma ciência por trás da resposta “não” à questão da realidade do pecado, doença e morte. E, embora essa resposta possa parecer realmente um “grande problema” para o senso material que encontra o pecado, a doença e a morte em toda parte, encorajo você a ler ou reler este artigo de Susan Booth Mack Snipes sobre a “verdade” sobre a Páscoa… uma dica… fala sobre como adoramos a Deus. Para ler o artigo, basta clicar em A Páscoa e a verdade sobre a cura pela Ciência Cristã — ou recortar e colar esta versão compartilhada: https://pt.herald.christianscience.com/shared/view/a6n3fujpj0?s=copylink.
É fácil confundirmos que a cura seja o ponto central da Ciência Cristã, em vez da consequência natural da descoberta de Deus e do amor verdadeiro a Ele, e como resultado, do homem. Quando estamos focados em nosso amor por Deus, não podemos falhar. Não podemos nos sentir sobrecarregados por termos que “saber o suficiente”, “esforçarmo-nos o suficiente”, “ser experiente o suficiente”. Simplesmente temos que nos concentrar em amar e conhecer a Deus, um esforço maravilhoso, inspirador e alegre. Esse foco remove nosso senso humano de medo do fracasso. Podemos deixar de descobrir mais sobre o Amor, ou a Vida, ou a Verdade, ou a Mente? Sentimos o peso do tempo, ou pressão para “ter sucesso”, quando se trata de passar nossos dias em adoração, gratidão, apreciação? Esse esforço para colocar os ‘bois’ (nossa adoração e amor a Deus) devidamente na frente da ‘carreta’ (o resultado sanador desse amor), remove todo o falso esforço que surge quando estamos tentando “chicotear” os bois para que “empurrem” uma carreta metafórica! Isso não significa que tudo seja fácil.
O senso material sempre aparecerá para nos dizer que estamos nos enganando pensando que a matéria é menos do que a substância de nossas vidas. Mas é significativamente mais simples do que o processo de tentar orar com força suficiente para curar a matéria doente, cessar um “pecado” particularmente teimoso ou, ainda mais, reviver a matéria morta – nada disso é realmente possível!
O Texto Áureo (João 16:33; 17:1) desta semana é composto de algumas das últimas palavras de Jesus a seus discípulos antes da crucificação. São palavras encorajadoras de superação “do mundo”, do senso da matéria como “tudo”. Jesus proclama que já o fez, dando a todos nós o exemplo de superação da crença da vida na matéria como constituinte do homem. Ao longo de nossa lição, há exemplos de Jesus demonstrando vencer as limitações do corpo e do pensamento mortal. São esses exemplos que trazem à mensagem da Páscoa seu verdadeiro “vigor”, por assim dizer.
Com a vida de Jesus nos inspirando daqui para frente, a Páscoa se torna mais do que uma celebração de um único e maravilhoso “milagre”. Ela é a alegre mensagem de vitória sobre o canto de sereia virtualmente contínuo da matéria que nos diz que ela é sentida, importante, atraente. Jesus nos deu a esperança de que não temos que viver na escravidão de um poder oposto a Deus/ao Amor/à Vida/à Verdade. Essa é uma mensagem e tanto!
A Leitura Alternada desta semana é da primeira mensagem de Paulo aos Coríntios (1Cor 1:1,3; 15:1,3-6,7,8,12-14,20,22). Paulo está enfatizando a missão de Jesus para todos nós – salvar e curar. Mas ele enfatiza que sem a ressurreição a mensagem não está completa. O que isso significa?
Por que a ressurreição é tão importante? Não sei se minha resposta é completa, mas me parece que sem esse componente da vida de Jesus (e especialmente sem a ascensão), ficamos com a morte como o evento final de sua auspiciosa carreira. Sem a ressurreição, sua mensagem teria sido mais uma nota de rodapé. Na verdade, ele não teria sido o Messias. É em sua superação das reivindicações da matéria, desde o pecado até a doença e, finalmente, até sua própria morte (bem como sobre a morte de vários outros na Bíblia!) que temos a plenitude de sua reivindicação de conduzir a humanidade à liberdade de escravidão à matéria em todas as suas formas.
Seção 1. Encontramos vitória, salvação e liberdade por meio do Cristo
Embora isso possa soar “religioso” no tom, é universal em poder. Mesmo que você nunca tenha ouvido falar do Cristo, você não está fora da influência do Cristo ou da lei da poderosa presença sanadora. O Cristo é simplesmente o “ingrediente ativo” na presença e bondade de Deus que está em toda parte. Cristo nos liga (a humanidade) às leis do Amor/da Verdade/da Vida, de Deus.
O Cristo o faz para que possamos digerir e entender o que de outra forma poderia parecer milagroso ou aleatório. Em vez disso, por meio da presença do Cristo, podemos reconhecer e sentir gratidão pela bondade de Deus, pelo acaso do que parecem ser instâncias aleatórias de conexão profunda com o homem e Deus diariamente. Esse Cristo ativo é aquele ingrediente na vida de Jesus que tornou sua cura constante e que pode ser realizada também por outras pessoas, além dele mesmo. Jesus era claramente muito especial. Ele tinha uma missão única que é inegável. Sua personificação do Cristo e sua demonstração do poder do Cristo não foram repetidas na mesma proporção desde então, embora tenham sido repetidas em abundância por muitos, individualmente. Isso é devido à sua missão especial como filho de Deus.
Mas as demonstrações de Jesus teriam sido inúteis se não levassem a uma aplicação prática hoje. Paulo, seu apóstolo e seguidor mais entusiasta, nos diz em sua carta aos Romanos, “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (B4, Romanos 8:2). Não há muito o que melhorar nessa declaração, mas a Bíblia A Mensagem de Eugene Peterson nos dá uma visão extra sobre este versículo, bem como sobre o anterior: “Com a chegada de Jesus, o Messias, o dilema fatal foi resolvido. Os que estão em Cristo não precisam mais viver numa nuvem escura e depressiva. Um novo poder está atuando. O Espírito da vida em Cristo, como um vento forte, limpou totalmente o ar, libertando vocês de uma tirania brutal nas mãos do pecado e da morte”. Acho que o “dilema” mencionado é o de escolher “não andar segundo a carne, mas segundo o Espírito”, como diz a versão da Bíblia King James deste versículo. Uma vez que escolhemos este caminho, não estamos mais vivendo sob aquela “nuvem escura e depressiva”! Que liberdade e alegria experimentamos cada vez que superamos qualquer coisa que nos faz sentir separados da presença do Cristo ou do Amor.
Seção 2. Nosso verdadeiro ser nunca pode estar separado de Deus/o Amor (vencendo o pecado)
“Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores” (B9, 1Timóteo 1:1,14,15). Por que a cura do pecado é tão vital para sua missão? Porque a cura do pecado é parte integrante de toda cura. O pecado é simplesmente a crença de que podemos estar separados do Bem, Deus.
O homem, como a própria expressão do Bem, não pode ser separado de sua fonte, assim como um raio de sol não pode ser separado do próprio sol. Não há como fazer nenhuma dessas coisas. Quanto mais cedo compreendermos a ideia de que o homem, como expressão de Deus, está sempre totalmente conectado, mais cedo poderemos nos livrar das teias aparentemente inseparáveis da matéria e seus apelos ao senso mortal.
O homem não está na matéria e os relatos das curas de Jesus provaram isso. Ele não trabalhou para curar doentes ou pecadores, ou mesmo matéria morta. Ele trabalhou para revelar a todos nós que somos uma expressão espiritual. Nós somos a forma como o Amor se expressa, ou a Verdade, ou a Vida. Outra maneira de dizer isso é que Jesus trabalhou para nos mostrar que Deus é o único Bem, e que a verdadeira expressão desse bem, o homem, reflete apenas esse bem.
Como Mary Baker Eddy nos diz: ” O homem é incapaz de pecar, adoecer e morrer. O homem real não pode se apartar da santidade, nem pode Deus, de quem o homem provém, engendrar a capacidade ou a liberdade para pecar. Um pecador mortal não é o homem criado por Deus” (CS10, p. 475).
Eu particularmente amo essa afirmação porque ela diz que Deus jamais “engendraria” ou colocaria na criação, a tendência ao pecado, etc. Quando nos sentimos tentados pelo pecado, por sentimentos de separação, podemos sempre aproveitar esse momento para parar e reconhecer a presença do Bem. O Amor está em nossa consciência. Não podemos ficar fora da presença de Deus, embora possa parecer que às vezes viramos as costas para ela. Ainda assim, a presença do Amor nos envolve mesmo em nossos momentos de maior desespero – talvez de maneira mais tangível nesses momentos. É quando a matéria mais nos atrapalha que nos lembramos de nos voltarmos para o nosso verdadeiro ser interior para sentir a presença de Deus.
Seção 3. A mensagem de cura do Cristo é para toda a humanidade. (Superando a doença)
Na seção anterior, Jesus disse aos seus discípulos para sair, curar e pregar o Evangelho aos judeus. Isso aconteceu no início de seu ministério e talvez fosse para isso que os discípulos estivessem preparados naquela época. Mais tarde, ele envia seus seguidores em maior número para um universo maior, além apenas dos Filhos de Israel. Nesta seção, ele cura a filha da mulher cananeia após seu pedido amorosamente humilde e persistente. Isso parece marcar uma virada em direção a um maior contato com os gentios ou, pelo menos, a comunidade não-israelita. (Ele havia curado anteriormente o servo de um oficial romano, mas em geral suas primeiras obras foram restritas aos judeus). Essa história da extrema humildade da mulher cananeia introduz a universalidade da mensagem do Cristo. É uma das várias histórias de cura na vida de Jesus que contam o detalhe de que a cura ocorreu sem sua presença pessoal, mas apenas por ele conhecer a verdade a respeito dessa jovem. Para mim, isso torna o poder do Cristo sanador ainda mais universal, pois não está confinado a um lugar!
Seção 4. Nós vencemos a morte através do “esforço penoso” de demonstrar o amor do Cristo. (Superando a morte)
Bem, isso talvez soe um pouco deprimente com a parte do “esforço penoso”, mas comparado a ser crucificado, na maioria das vezes nos saímos bem. É claro que muitas vezes não é com dor física que vivenciamos essas aparentes “crucificações”. Talvez seja mais frequente enfrentarmos angústia mental, como Jesus também vivenciou. Nossa saída para esses tempos é lembrar e demonstrar o amor eterno e ilimitado que Cristo Jesus expressou.
O amor profundo, espiritual e sanador que Cristo Jesus encorajou e reproduziu para nós não se limitava a uma raça ou religião, a amigos ou família. Foi um amor que foi profundamente testado – aquele que ama os inimigos, que dá a outra a face quando atingido, que caminha quilômetros a mais quando chamado por um inimigo (soldado romano) para carregar suas coisas. É um amor misericordioso que perdoa até aqueles que o traíram e crucificaram. Não há morte sem pecado. Pecado é a crença da separação do Espírito, ou de que haja vida na matéria. Se não vivemos verdadeiramente na matéria, então não há morte para nós. Mas temos que fazer aquele esforço, aliás muitas vezes “penoso”, de viver além dos limites do amor humano que precisa de reciprocidade, ou muitas vezes é condicional. O amor cristão não conhece limites. O amor do Cristo nos redime da crença de que haja vida na matéria.
Seção 5. A crucificação era necessária para a ressurreição
Você já notou que suas maiores alegrias geralmente vêm de períodos de profundo desafio? Quando compreendemos algo daquele período de luta, avançamos para visões mais inspiradas. Da mesma forma, a missão de Jesus exigia a crucificação para que pudéssemos aprender o verdadeiro poder do Amor infinito. Tendo ressuscitado, ele não voltou ao túmulo e olhou para dentro. Ele continuou a revelar mensagens mais profundas de amor a seus discípulos e a inspirar não apenas eles, mas também as gerações vindouras com o poder do Amor para curar e redimir.
Cada um de nós hoje pode vivenciar nossas próprias pequenas “ressurreições” a partir das crenças que estão ligadas ao sonho da vida na matéria. Podemos vivenciá-las todos os dias de alguma forma. Podemos caminhar, passo a passo, para longe do “túmulo” que esconderia as nossas melhores demonstrações de amor do Cristo. Gosto muito de como Maria foi saudada no túmulo vazio por um anjo neste relato de Mateus (B17, Mateus 28:1-3,5-8). Essa é a história da Páscoa, um túmulo vazio e uma mensagem angelical de Vida eterna. É em nossa adoração correta da Vida, o Espírito e o Amor, que verdadeiramente celebramos a Páscoa e o nada do pecado, da doença e da morte.
Seção 6. A Páscoa é uma mensagem do Amor
O relato comovente de João em que Jesus pergunta três vezes se Simão Pedro o ama, fecha o círculo de nossa mensagem do Amor na Páscoa (B19, João 21:1-17). Esse Amor redentor cura Pedro da tristeza de ter, durante a crucificação, negado até mesmo conhecer o Mestre.
Pedro sentiu medo, sentiu-se separado do Amor, diante da crucificação de Jesus. Esse medo é redimido pela demonstração de amor pela humanidade – curando e levando a mensagem do Cristo a toda a humanidade. Esta mensagem de Páscoa que continua no mar de Tiberíades deu aos discípulos a coragem de que precisavam para finalmente deixar suas redes materiais, tanto literais quanto figurativas, e seguir o caminho de Jesus de servir. Essa mensagem não é apenas para Pedro, ou para seus discípulos, mas para todos nós ao longo do tempo. Mary Baker Eddy diz isso desta forma: “A promessa de Jesus é perpétua… O propósito da grandiosa obra de sua vida se estende através do tempo e inclui a humanidade universal. O Princípio desse propósito é infinito e ultrapassa os limites de um determinado período ou de um exclusivo grupo de seguidores” (CS25, p. 328).
Nossa adoração ao Amor, à mensagem cristã do Amor, é o que nos revelará, passo a passo, a nulidade do pecado, da doença e da morte. Não acontecerá de uma vez. Mas podemos demonstrar com segurança esse poder de cura quando colocamos Deus, o Amor, em primeiro lugar em nossa consciência. O amor a Deus e ao homem era a inspiração diária de Jesus. Pode ser a nossa também.
Feliz Páscoa para todos!
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A equipe de tradução para o português é composta por Ana Paula Steffler, Elisabeth Zir Friedrichs, Laura Soriano Yawanawa, Leila Kommers, Martha Henriques, Miguel De Castro e Ovídio Trentini.
Os estudos metafísicos dos Cedros sobre o estudo diário da Lição Bíblica da Ciência Cristã, contendo ideias de aplicação metafísica, são oferecidos, durante todo o ano, para que os amigos da Ciência Cristã vejam e demonstrem o grande valor do estudo diário da LB.
Os Cedros são um suplemento para a LB. O estudo em inglês será publicado na 2a. feira no link https://cedarscamps.org/inspiration/