CIÊNCIA CRISTÃ – LIÇÃO BÍBLICA
[Ei, serpente, nós não cairemos nas suas mentiras!]
“Adão e a queda do homem”
31 de outubro a 06 de novembro de 2022
Estudo preparado por:
Christie C. Hanzlik, C.S. Boulder, CO, EUA
ccern@mac.com +1(720) 331-9356 christiecs.com
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Abreviações: Bíblia JFA Revista e Atualizada – B; Bíblia na Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH; Bíblia A Mensagem – MSG; Ciência e Saúde – CS ou C&S; Lição Bíblica – LB; Acampamento dos Cedros – CedarS
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Relatos recentes da mídia fazem parecer que a própria existência da verdade está em dúvida. Políticos, noticiários, médicos, nutricionistas e posts nas mídias sociais parecem declarar mentiras ousadas, sem nenhuma consequência. Felizmente, para nós, a Lição Bíblica desta semana é sobre expor e derrubar mentiras por meio da oração.
No meu entender, esta Lição nos lembra de não vestirmos a “fantasia de Adão”. Estou usando o termo “fantasia de Adão” para simbolizar a aceitação mental do mito Adão-e-Eva da criação, de que viemos do “pó”, portanto herdamos os defeitos e pecados da mortalidade. Uma fantasia, embora seja divertida no Halloween e necessária para produções teatrais e musicais, é também uma ilusão, uma mentira sobre quem alguém é. A “fantasia de Adão” é uma mentira que não queremos vestir. E, assim como muitas fantasias de Halloween, ela vem com acessórios. Os acessórios da “fantasia de Adão” são: vergonha, culpa, inadequação e medo. Não queremos carregá-los por aí!
A história de Adão e Eva no paraíso é um dos muitos mitos sobre a criação que sugerem que o homem teve um ponto de início defeituoso e cheio de sofrimento e de que o homem está separado da Mente infinita. Quando aceitamos que a crença geral do mundo sobre haver um ponto de início para a vida, e uma visão de “início-e-fim” para a nossa existência, estamos, de fato, usando a “fantasia de Adão”. Na verdade, nunca houve um momento inicial para a vida. Nunca houve um momento no universo em que não havia vida e aí “puf”, agora existe. A vida não tem começo.
A “fantasia de Adão” não é real – não podemos, de verdade, escolher ter um ponto de início. Não existe ponto de início para a vida, assim como não existe ponto de início para o tempo. A vida é eterna. Mas como grande parte do mundo aceita tacitamente algum tipo de história de origem material para a vida, precisamos rejeitar essa fantasia diariamente. Rejeitar a fantasia significa afirmar que somos coexistentes e eternos com a Vida divina e resulta em liberdade e visões de bem e amor que se desdobram eternamente. Usar a fantasia parece trazer diversos efeitos colaterais: sofrimento, arrependimento, desespero e assim por diante. Não queremos usar essa “fantasia de Adão” metafórica…não seria confortável. A folha de parreira não oferece muita proteção do frio – e ao menos aqui, no Colorado nos EUA, já estamos vendo algumas temperaturas bastante baixas durante a noite. E os efeitos de aceitarmos o mito de que a vida tem um ponto de início nos colocam numa trajetória de declínio e deterioração. Em vez disso, podemos nos recusar a usar essa fantasia, e então sermos livres.
No Texto Áureo da Lição, um Jeová antropomorfo pergunta a Adão: “…Quem te fez saber que estavas nu?…” (Gênesis 3:11). Ler essa pergunta me fez questionar: “Qual é a diferença entre palavras como nu e despido?” Na maioria das vezes, “nu” significa sem roupas e é geralmente usado no contexto de pinturas e esculturas, e visto como belo. A palavra “despido”, porém, tem a conotação de vergonha, fraqueza e feiura. Ao passo que nudez tem uma conotação de beleza, estar despido geralmente implica vulgaridade e vulnerabilidade. Quando o Jeová antropomorfo pergunta a Adão: “…Quem te fez saber que estavas nu?…” é como se Jeová estivesse perguntando a Adão como é que ele descobriu sobre a mortalidade, sobre o mito da existência limitada, do sofrimento e do arrependimento. Nudez é um termo usado na Bíblia que está ligado à vergonha. O oposto de vergonha e a solução para esse falso senso de nudez, é dignidade. Todos nós somos dignos de amor.
A Leitura Alternada mostra como Isaías rotula de “mentira” o mito da mortalidade, e diz: “…por nosso refúgio, temos a mentira e debaixo da falsidade nos temos escondido” (Isaías 28:15). Mas depois Isaías nos lembra de que podemos tirar essa falsa fantasia, e escreve: “Desperta, desperta, reveste-te da tua fortaleza, ó Sião; … Sacode-te do pó, levanta-te e toma assento, ó Jerusalém; solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião” (Isaías 52:1-2). A promessa para nós, ao abandonarmos esse falso mito, é revelada pelo profeta Joel: “Comereis abundantemente, e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor, vosso Deus, que se houve maravilhosamente convosco; e o meu povo jamais será envergonhado. Sabereis que estou no meio de Israel e que eu sou o Senhor, vosso Deus, e não há outro; e o meu povo jamais será envergonhado” (Joel 2:26-27). Em outras palavras, a profecia de Joel é que ao rejeitarmos a “fantasia de Adão”, nunca seremos envergonhados e sentiremos nossa dignidade e a promessa de vida abundante.
Na maioria das Lições Bíblicas ao longo do ano, uma palavra ou conceito se repete como tema ao longo das seções. Na Lição desta semana, percebo que há trinta perguntas e até mesmo o Texto Áureo é uma pergunta. (Como referência, as lições das duas semanas anteriores e das duas semanas seguintes a esta incluem entre quatro e seis perguntas cada). As perguntas da Lição desta semana, quando agrupadas, servem como um lembrete para questionarmos e rejeitarmos as mentiras do mito de Adão e Eva e da serpente traiçoeira em todas as suas formas. Ao final de cada seção deste MET eu vou incluir uma lista de perguntas que se destacam para mim. Meu sentimento é de que, em vez de correr para dar respostas rápidas e fáceis para essas perguntas retóricas, podemos ponderá-las profundamente e permitir que acendam a curiosidade espiritual. Pensar nessas questões com humildade é uma forma de orar.
Seção 1. Sem “mas”
A primeira seção da Lição contrasta duas visões da criação apresentadas nos dois primeiros capítulos de Gênesis (CS2, p. 523). No primeiro capítulo de Gênesis, Deus diz: “Haja luz, e houve [já havia] luz”. E lemos que o homem foi criado à imagem e semelhança da Verdade, da Vida e do Amor divinos…e que toda a criação, o desdobramento daquilo que sempre foi conhecido pela Mente divina, é “muito bom” (B3, Gênesis 1:3,26,27,31). Gênesis 2 contradiz o primeiro capítulo com uma visão limitada e distorcida da criação, e começa com a palavra “mas”. Diz: “Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo” (B4, Gênesis 2:6,7). Essa neblina simbólica parece obscurecer a bondade e a harmonia da Mente infinita, nublar nosso senso da vida sem início e causar arrependimento e sofrimento. Temos de ver através desse mito da neblina. O “mas” e a “neblina” de Gênesis 2 não têm base porque não têm origem real. Nada de “mas”, a vida não tem início.
O “mas” de Gênesis 2 é como qualquer sugestão negativa que tenta interromper a alegria e a saúde. Aqui estão exemplos de alguns “mas” como o de Gênesis 2: “Estou cheio de amor e gratidão, mas fico de mau humor quando não consigo as coisas da minha maneira”, ou “adoro o conceito de estudar minha Lição Bíblica, mas às vezes parece que estou só cumprindo uma rotina”. As palavras que vêm após “mas” são como o mito da neblina de Gênesis 2, que tenta distorcer a alegria e a saúde. Podemos dizer “não” ao “mas” de Gênesis 2 e reivindicar liberdade do mito da neblina.
Aqui está uma lista de perguntas retóricas incluídas na Seção 1:
- “Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (B5, Gálatas 3:3)
- “Acaso Deus cria de Si mesmo, do Espírito, um homem material?” (CS1, p. 356)
- “O padrão da perfeição foi originariamente Deus e o homem. Teria Deus rebaixado Seu próprio padrão, e teria o homem caído na imperfeição?” (CS7, p. 470)
Seção 2. Diga “não” à serpente da “travessura em vez de gostosura”
A história da segunda seção da Lição continua com o tema do “mas” de Gênesis 2. Ela apresenta a serpente falante mitológica, a cobra traiçoeira que engana Adão e Eva, levando à “queda” deles. Essa história é um mito para explicar a origem do mal e da nossa separação do bem, Deus (B8, Genesis 3:1-5,9–13). A serpente traiçoeira representa os “falsos profetas” – sugestões falsas de qualquer tipo que tentem nos induzir a usar a “fantasia de Adão” (B6, Mateus 24:11). A serpente falante metafórica tenta nos induzir a pensar que temos um ponto de início, logo temos de sofrer a mortalidade e o declínio. Essa serpente enganosa tenta nos fazer usar a “fantasia de Adão” metafórica, e aceitar, portanto, a vergonha, a culpa e a inadequação.
A segunda seção repete a pergunta do Texto Áureo, quando o Jeová antropomorfo pergunta a Adão: “…Quem te fez saber que estavas nu?…” (Gênesis 3:11). Em outras palavras, de onde vem a sugestão de que deveríamos ficar envergonhados e sentir-nos vulneráveis ao sofrimento? A sugestão vem de uma serpente falante metafórica, o falso profeta, o enganador. A sugestão vem de uma visão mal-formada, errônea, mítica e nublada. Não tem base. É um erro.
Mary Baker Eddy descreve a cena com a serpente falante como “a primeira mentira persuasiva”. Ela escreve: “Aqui temos uma tentativa de atribuir todos os erros humanos direta ou indiretamente a Deus, o bem, como se Ele fosse criador do mal. A alegoria mostra que a serpente falante profere a primeira mentira persuasiva, que engana a mulher e corrompe o homem” (CS9, p. 533).
Ela explica que a vergonha, o falso senso de que não somos dignos, vem da falsa crença de que estamos separados de Deus. Em outras palavras, a vergonha vem do mito da neblina de sermos pecadores. Pecado é a falsa crença de que estamos separados do Amor divino, da Verdade divina e de que somos indignos de recebermos o amor do Amor. Mary Baker Eddy explica que “a vergonha é efeito do pecado” (CS10, p. 532). Eliminamos a vergonha quando descobrimos nossa indissociabilidade da Verdade divina.
O propósito da história de Adão e Eva não é explicar como o mal se tornou real. Não. O propósito da história de Adão e Eva é nos ensinar “a nunca acreditar em uma mentira”. Para mim, esse é o tema central desta Lição, então cabe repetir aqui: O propósito da história não é explicar como o mal se tornou real. Não. O propósito da história de Adão e Eva é nos ensinar “…a nunca acreditar em uma mentira” (CS11, p. 540).
Aqui estão as perguntas da Seção 2:
- “De onde vem uma serpente falante e mentirosa, para tentar os filhos do Amor divino?” (CS8, p. 529)
- “…É a Mente capaz de produzir tanto o erro como a verdade, tanto o mal como o bem, quando o fato é que Deus é Tudo e Ele é a Mente, e existe um só Deus, portanto existe uma Mente só?” (CS10, p. 532)
Seção 3. A Verdade “esmaga” a serpente traiçoeira
A seção três nos diz como “esmagar” a serpente – a sugestão traiçoeira de limitação, carência, vergonha, medo e falta de dignidade. Mas por favor, perceba que eu admiro as serpentes pela sua beleza e utilidade. Mary Baker Eddy também admirava. Ela escreveu: “A serpente da criação de Deus não é nem astuta nem venenosa, mas é uma ideia inteligente, encantadora na sua destreza, porque as ideias do Amor estão sujeitas a Mente que as forma — ao poder que transforma a cobra em um bordão” (CS, p. 515). A serpente de Gênesis 2 é uma construção mitológica e enganadora sem base na realidade.
A serpente traiçoeira é intolerável e tem de ser esmagada. Mary Baker Eddy define serpente como “Astúcia; mentira” (CS14, p. 594). Sugestões como a serpente traiçoeira parecem rastejar no pensamento na forma de visão distorcida e limitada, de uma voz interior irritante que não é de fato a nossa voz, de uma opinião de uma outra visão limitada, de uma crença mesmérica do mundo, e por aí vai. Uma vez exposta – trazida à superfície – a Verdade esmaga a serpente com facilidade.
No meu entendimento, a traiçoeira serpente mitológica que aparece primeiro em Gênesis 2 para enganar Adão e Eva se esgueira pela Bíblia até o Apocalipse, que ao final a descreve como o “grande dragão vermelho” que foi expulso. A serpente traiçoeira aparece no Jardim do Éden; no êxodo, quando Moisés segura a cauda da serpente e ela se torna um bordão; em Mateus, quando os saduceus e fariseus são descritos como “raça de víboras”; na forma do demônio tentando Cristo Jesus (veja a Seção 4); como a víbora que morde Paulo (veja a Seção 5); e o grande dragão vermelho no Apocalipse. No Apocalipse, vemos como o grande dragão vermelho, “a antiga serpente que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo”, é expulso juntamente com todas as suas formas de enganação e encontramos salvação (outra palavra para “saúde”) e força e o reino do nosso Deus, e o poder do Seu Cristo, nossa consciência da presença de Deus.
Para mim, cada vez que eu supero a serpente traiçoeira – uma falsa sugestão de vergonha, inadequação ou desalento – é uma prova da verdade do Apocalipse. Eu não vejo a inspiração do Apocalipse como um evento isolado, ou uma promessa de uma salvação futura que acontecerá em algum momento do caminho. O Apocalipse é uma promessa presente. Cura é revelação, revelação – o Apocalipse – é cura. O Apocalipse descreve constante disponibilidade: da Verdade para derrotar a falsa sugestão de uma mentira; da Harmonia para superar a discórdia; do Amor para cancelar o ódio; da saúde para anular a doença; do Espírito para corrigir a apatia; da Alma para corrigir um falso senso de brandura. O Apocalipse é agora. Cada vislumbre da Verdade é revelação – o Apocalipse. Cristo é a nossa consciência da Verdade, e a Verdade Cristo que esmaga a serpente traiçoeira, e aniquila o grande dragão vermelho.
Conforme Mary Baker Eddy explica: “Em todas as gerações, tanto antes como depois da era cristã, o Cristo, como a ideia espiritual — o reflexo de Deus — vem com certa medida de poder e de graça a todos os que estejam preparados para receber o Cristo, a Verdade” (CS12, p. 333).
A Verdade Cristo é nossa consciência do poder da Verdade para anular erros e mentiras. É só o “suposto poder” da serpente traiçoeira que tenta minar a Verdade, mas uma consciência da Verdade corrige isso instantaneamente. Conforme Mary Baker Eddy explica na sua exegese do Apocalipse: “Essa alegação errônea — essa velha crença, essa antiga serpente cujo nome é diabo (o mal) argumentando que haja inteligência [numa visão limitada e errônea], seja para beneficiar seja para prejudicar os homens — é puro delírio, é o dragão vermelho; e ela é expulsa pelo Cristo, a Verdade, a ideia espiritual, ficando dessa forma provado que esse argumento não tem poder” (CS15, p. 567).
Cada vez que estudo o Apocalipse, eu tenho uma nova inspiração e acredito que o Apocalipse contém infinitas – que não terminam e não têm fim – inspirações. Em vez de ficar frustrada por não compreender o bastante sobre o Apocalipse, eu tento buscar novos vislumbres do Cristo – uma consciência do poder da Verdade sobre as mentiras. Eu acho que esse tipo de estudo – que sempre encontra inspiração nova – é o que Mary Baker Eddy modela para nós em “O Apocalipse”, que é o título do capítulo da sua exegese do Apocalipse na conclusão de Ciência e Saúde. Por exemplo, sob o título marginal “ferir a cabeça do pecado”, ela descreve o papel da “mulher” no Apocalipse, revela sua inspiração sobre como entender a forma como a mulher – “a ideia espiritual do Amor” fere ou derruba a “cabeça da luxúria”, a crença de que os cinco sentidos limitados nos dão uma percepção acurada da realidade. Então ela compara a analogia da mulher ferindo a luxúria – o Amor anulando o falso senso – à parábola do joio e do trigo. Na parábola, o joio e o trigo parecem crescer lado a lado por um tempo, mas no final o joio é exposto como joio, e facilmente separado e destruído, assim como as mentiras da serpente traiçoeira são expostas como mentiras e facilmente separadas e destruídas pela Verdade (CS16, p. 534). Depois de ler esse parágrafo, podemos perguntar: “O que significa ferir a cabeça do pecado”? Boa pergunta! Eu vou pensar sobre ela durante esta semana, e ao final dela espero ter novas inspirações.
Falando em perguntas, aqui estão aquelas incluídas na Seção 3:
- “O que é esse suposto poder que se opõe a Deus?” (CS13, p. 224)
- “Quando é que a humanidade despertará para esse grande fato na Ciência?” (CS17, p. 430)
Seção 4. Jesus mostra o caminho para vencer a cobra sorrateira
A quarta seção inclui o relato de Cristo Jesus vencendo a tentação do diabo. O “diabo” aqui é simbólico da serpente sorrateira mitológica. Nesse relato, a serpente sorrateira procura tentar Cristo Jesus de três maneiras distintas: 1) tentando-o a mostrar seu poder transformando pedras em pão, 2) tentando-o a “atira-te abaixo” do “pináculo do templo” para provar que ele é digno e 3) tentá-lo com a oferta de governar os vastos reinos do mundo se ele adorar o diabo. Cristo Jesus nega o diabo – serpente sorrateira – três vezes, após “vieram anjos e o serviram” (B14, Mateus 4:11)
Mary Baker Eddy descreve os anjos como “…representantes de Deus. Esses seres que se erguem para o alto jamais conduzem ao ego, ao pecado ou à materialidade [uma visão limitada da existência], mas guiam ao Princípio divino de todo o bem, para onde aflui toda individualidade real, toda verdadeira imagem ou semelhança de Deus” (CS18, p. 299). Pelo que entendi, não apenas os anjos — “guiam ao Princípio divino de todo o bem” — ministraram e atenderam às necessidades de Cristo Jesus depois que ele rejeitou o diabo, esses anjos estavam com ele o tempo todo, permitindo-lhe negar o diabo, ou serpente sorrateira.
Entender as artimanhas do diabo, ou serpente sorrateira, nos ajuda a expor e rejeitar suas mentiras. Observe que quando o diabo – serpente sorrateira – procura tentar a Cristo Jesus, ele tenta atraí-lo fazendo referência a parte do Salmo 91: “Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (B14, Mateus 4:6 é uma citação direta do Salmo 91:11-2) Mas a serpente do diabo não chega a incluir a próxima linha do Salmo 91. A próxima linha do Salmo 91 diz: “Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente”. Essa citação abriu a seção anterior da Lição (B10, Salmo 91:13). É notável que o diabo enganador tenha deixado de fora esta parte do Salmo 91 quando está procurando tentar a Cristo Jesus. Deixar de fora uma parte crucial da verdade pode ser tão enganoso quanto uma mentira. Muitos críticos da Ciência Cristã fazem isso, citando erroneamente Mary Baker Eddy ou tirando frases do contexto. Podemos ser mais espertos do que essa esperteza com atenção à Verdade.
Observe que as referências ao leão – assim como as referências a cobras, víboras, serpentes e dragões – são simbólicas. Na segunda seção, o diabo é descrito como um leão que ruge. Aqui está a citação: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (B7, 1Pedro 5:8).
Os vários simbolismos do diabo – sugestões sorrateiras do mal – nos permitem estar alertas para as muitas formas que essas sugestões parecem assumir. As pessoas me perguntam se os Cientistas Cristãos acreditam no diabo. Boa pergunta! Minha sensação é que, embora Mary Baker Eddy não tenha ensinado sobre um demônio semelhante a um homem com nenhum poder real, ela entendeu que as mentiras sorrateiras de desânimo, dúvida, medo, vergonha e inadequação tentam se infiltrar como a serpente de Gênesis 2 para roubar nosso domínio. Mary Baker Eddy define diabo: “DIABO. O mal; mentira; erro; nem corporalidade, nem mente; o oposto da Verdade; a crença no pecado, na doença e na morte; o magnetismo animal ou hipnotismo; a luxúria da carne, que diz: ‘Eu sou a vida e a inteligência na matéria. Existe mais de uma mente, pois eu sou mente — uma mente maligna, autocriada ou criada por um deus tribal e colocada naquilo que é o oposto da mente, denominado matéria, para daí reproduzir um universo mortal que inclui o homem, não segundo a imagem e semelhança do Espírito, mas segundo sua própria imagem’ ” (CS, p. 584).
Estar alerta ao diabo enganador ou à serpente sorrateira às vezes pode parecer confuso e esmagador. Mas não é. É simples. A Verdade sempre vence. A Verdade corrige o erro. Cristo – nossa consciência ativa da Verdade – sempre destrói as mentiras odiosas da serpente-diabólica. Todos nós podemos sintonizar com a simplicidade do Cristo, nossa consciência da Verdade. Paulo estava alerta para a necessidade de sintonizar com Cristo. Como ele escreveu em uma carta aos Coríntios: “receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (B13, 2Coríntios 11:3).
Cristo é nossa proteção contra as mentiras da serpente. Devemos, portanto, ser claros como cristal em nossa compreensão de Cristo. Mary Baker Eddy oferece esta definição de Cristo: “O Cristo é a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana. O Cristo é incorpóreo, espiritual — sim, é a imagem e semelhança divina, que dissipa as ilusões dos sentidos; é o Caminho, a Verdade e a Vida, que cura os doentes e expulsa os demônios, que destrói o pecado, a doença e a morte” (CS21, p. 332). Para nos protegermos do mito da névoa do diabo, precisamos sintonizar a “simplicidade que há em Cristo”.
Aqui está um artigo sobre “a simplicidade que há em Cristo” de Ella Hoa https://sentinel.christianscience.com/shared/view/19hcbu1ymd0?s=e
Aqui estão algumas perguntas da Seção 4:
- “… Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? (B12, Lucas 9:25)
- “Permaneces na crença de que a mente esteja na matéria, e de que o mal seja mente, ou estás na fé viva de que só existe, e só pode existir, um único Deus, e guardas o Seu mandamento?” (CS22, p. 307)
Seção 5. Sacode a serpente – o pó
A seção 5 inclui o relato de Paulo sacudindo a víbora venenosa no fogo e não sofrendo os efeitos negativos de sua mordida. Que exemplo prático de sacudir a mentira-serpente, a mentira que o homem se origina no pó. Todos nós podemos fazer isso. Como diz em Isaías: “Sacode-te do pó” (B15, Isaías 52:2). Não precisamos tolerar nem um grão de poeira.
Paulo estava alerta para o mito de Adão. Como ele disse: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (B16, 1Coríntios 15:22). Como Mary Baker Eddy explica: “Assim como, em Adão [o erro], todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo [a Verdade]” (CS29, p. 545). Em outras palavras, quando aceitamos o mito de Adão de um começo para a vida, também estamos aceitando um fim para a vida. Quando nos alinhamos com a Verdade Crística de que temos existência sem começo, vivemos verdadeiramente. A recusa de Paulo em aceitar o mito de Adão e sua habilidade de se livrar da serpente sorrateira permitiram que ele se curasse efetivamente, como ele provou com o pai de Públio na ilha de Malta (B17, Atos 28:3–9).
Cada um de nós tem acesso à luz curadora do Cristo. Como Mary Baker Eddy instruiu: “Expulsa toda espécie de mal. “Pregai o evangelho a toda criatura.” Dize a verdade a toda forma de erro. Tumores, úlceras, protuberâncias, inflamação, dor, juntas deformadas são apenas sombras de sonho dos que sonham acordados, imagens sombrias do pensamento mortal, que fogem diante da luz da Verdade” (CS28, p. 418).
Aqui estão algumas perguntas da Seção 5:
- “Não haverá permissão divina para vencer toda espécie de desarmonia por meio da harmonia, da Verdade e do Amor?” (CS24, p. 394).
- “Antes de decidir que o corpo, a matéria, sofre de um distúrbio, deve-se perguntar: “Quem és tu que contestas o Espírito? Pode a matéria falar por si mesma, ou encontram-se nela as fontes da vida?” (CS27, p. 180).
Seção 6. A Verdade nos torna livres
A sexta seção começa com a pergunta retórica de 1Tessalonicenses: “Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós? Sim, vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!” (B18, 1Tessalonicenses 2:19,20). Pelo que entendi, o autor está nos levando a encontrar alegria, esperança e vitória genuínas ao sintonizarmos a Verdade do Cristo. Cristo Jesus, que entendeu o Cristo mais claramente, ensinou o caminho da Verdade e nos mostrou o caminho para ver através das mentiras da serpente sorrateira. O Cristo-Verdade pisa na serpente, derrubando e silenciando para sempre a falsa sugestão do mito de Adão de que temos um ponto de partida no pó.
Estamos livres do mito da névoa e da poeira na medida em que nos sintonizamos com a Verdade do Cristo. Como Cristo Jesus anunciou: “… e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (B19, João 8:32).
Ao longo desta Lição Bíblica há perguntas que nos levam a rejeitar o mito da criação em Gênesis 2. Na sexta seção, encontramos a pergunta de Mary Baker Eddy para nós: “Caro leitor, qual quadro mental ou pensamento exteriorizado será real para ti — o material, ou o espiritual? Não podes ficar com ambos. Estás manifestando teu próprio ideal” (CS30, p. 360).
Essa pergunta é como perguntar se queremos usar a fantasia de Adão junto com seus acessórios – vergonha, culpa, inadequação e medo. Na verdade, não temos escolha sobre a realidade. A realidade é a realidade e a Verdade é verdadeira. Mesmo se usássemos a fantasia de Adão, seria apenas uma fantasia, uma mentira. Não é a verdade do nosso ser. Nenhuma fantasia, por mais convincente que seja, pode mudar a verdade do nosso ser. E nenhuma mentira, por mais convincente que seja, pode tornar a verdade falsa.
A crença humana limitada pode parecer nos fechar para a Verdade. Mas Cristo – nossa consciência da Verdade – está sempre presente e não podemos existir fora da Verdade. É axiomático que não há verdade fora da Verdade. Como Mary Baker Eddy afirma: “Pelo discernimento do oposto espiritual da materialidade, ou seja, o caminho pelo Cristo, a Verdade, o homem reabrirá, com a chave da Ciência divina, as portas do Paraíso, que as crenças humanas fecharam e constatará que não caiu em pecado, mas é reto, puro e livre, sem precisar consultar almanaques para conhecer as probabilidades de sua vida ou do clima, sem precisar estudar cerebrologia para chegar a compreender seu status de homem” (CS31, p. 171).
A Verdade nos liberta. Por meio do Cristo – nossa consciência da Verdade e do Amor – expomos as mentiras da serpente e vemos através do mito da névoa do traje de Adão. Podemos encontrar nossa liberdade da vergonha, culpa, inadequação e medo. Podemos encontrar a liberdade das mentiras. Como Mary Baker Eddy proclama: “Cidadãos do mundo, aceitai a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”*, e sede livres!” (CS32, p. 227 e citando Romanos 8:20-22 — *conforme a Bíblia em inglês, versão King James).
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A equipe de tradução para o português é composta por Martha Henriques, Laura Soriano Yawanawa,
Elisabeth Zir Friedrichs, Ovídio Trentini, formatação de Ana Paula Steffler e revisão geral de Miguel De Castro. Visite o site Associação dos Alunos de Ciência Cristã do Professor Orlando Trentini, CSB. Ali você encontrará esta tradução e as anteriores para estudo, podendo baixar e partilhar esse copo de água fresca com seus amigos.
Os estudos metafísicos dos Cedros sobre o estudo diário da Lição Bíblica da Ciência Cristã, contendo ideias de aplicação metafísica, são oferecidos, durante todo o ano, para que os amigos da Ciência Cristã vejam e demonstrem o grande valor do estudo diário da LB.
Os Cedros são um suplemento para a LB. O estudo em inglês será publicado na 2a. feira no link https://cedarscamps.org/inspiration/ .